sábado, 12 de outubro de 2013

Se Camões fosse vivo, escreveria

assim os "Canalhíadas":

I

As sarnas de barões todos inchados

Eleitos pela plebe lusitana

Que agora se encontram instalados

Fazendo o que lhes dá na real gana

Nos seus poleiros bem engalanados,

Mais do que permite a decência

humana,

Olvidam-se do quanto proclamaram

Em campanhas com que nos

enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas

Daqueles tais que foram dilatando

Contas bancárias ignominiosas,

Do Minho ao Algarve tudo devastando,

Guardam para si as coisas valiosas

Desprezam quem de fome vai

chorando!

Gritando levarei, se tiver arte,

Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!

E das aflições que à Europa deram;

Calem-se aqueles que por engano

Votaram no refugo que elegeram!

Que a mim mete-me nojo o peito ufano

De crápulas que só enriqueceram

Com a prática de trafulhice tanta

Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado

Por quem sempre senti carinho ardente

Não me deixeis agora abandonado

E concedei engenho à minha mente,

De modo a que possa, convosco ao

lado,

Desmascarar de forma eloquente

Aqueles que já têm no seu gene

A besta horrível do poder perene!
Luíz Vaz Sem Tostões

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Boas Festas

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